quinta-feira, novembro 29

recomendação [1]






















Bom fim-de-semana. Descansem.
Podendo, sem filhos, sem gatos nem cães, repousem aqui:
Pousada Flor da Rosa, Crato, Portalegre.
Deve ser caro (obrigado Sofia e António) mas é puro
bem-design-estar.
PC

quarta-feira, novembro 28

parece

















mas não! Os últimos postais (li algures, gostei e passarei a chamar-lhes assim) não fazem jus ao nome deste blogue. São pouco curtidos. Referem assuntos chatos. Reflectem azedume.
Mas não vivo irritado apesar de haverem coisas que me irritam.
Não ando amargo apesar de acontecerem situações ácidas. Não estou uma besta apesar de me serem dadas a assistir bestiais bestialidades (intencional tautologia, pleonasmo ou redundância).
Voltemos ao registo a que me propus. Aqui curte-se.
A Mirá deve estar quase com o cio. Anda parva! Será o quarto.
Já tem postulante (também com pedigree) à desfloração.
Os candidatos a crias terão dois trabalhos: registarem-se aqui e ao mesmo tempo argumentar – de feição muito convincente – por forma
a persuadir a dona.
Exemplar garante de lindos cachorros. E serão de borla!
PC

segunda-feira, novembro 26

regenerado

Já morreu. “Morreu? tá morrido!” como dizia, ligeiro, “ti Fulgêncio”, alcoólico ancião de Aires, Palmela.
Sei que é incorrecto escrever agora mas, antes, tudo fiz por ignorar a pessoa e os seus passos em vida. Sei que passaram quase quatro décadas. Sei sobretudo que NÃO DEVO, mas não resisto.
É trauma por resolver. Se existem traumas de infância este é um deles:
Ano lectivo de 70/71. Escola Preparatória de Bocage a funcionar em escola primária do “plano centenário” com dois pisos e pavilhões pré-fabricados em Montalvão, Setúbal.
Miúdo calmo, eu, lourinho angélico, delicado filho único dos papás, com 10 anos.
Turma masculina, a mais bem comportada de todas que até serviu de cobaia para a integração marginal de meia dúzia de meninas ao fundo da sala, primeira tentativa de mescla sexual no ensino na cidade.
Enfim – bons rapazinhos.
O Mário, o Rui, o Nuno, o Passos, o Tavares, o Puna, o Palma, os outros Paulos, o Fausto, o O'Neill, outros mais. Todos crianças.
É por isso que me revolto ainda. Criancinhas sem direito a reclamar.
Todos filhos de pais que também não tinham direito a reclamações.
Chegávamos a casa com o pescoço negro, negro escuro, dos “calduços” tão fortes que alguns meninos mais frágeis (quem não é frágil com 10 anos?) abatiam-se com o nariz no chão. E apenas porque falávamos. Por nada. Por sussurrarmos ao parceiro. Tamanha violência. Inexplicável brutalidade. Imaginem o pavor naquelas aulas de Ciências da Natureza.
Enaltecem-se agora os feitos de Maurício Costa. O mestre que se penitenciou, depois, das impiedades cometidas.
Felizmente regenerou e eu não soube. Paradigma do movimento associativo do concelho, vai ser homenageado.
Que descanse em paz. Merece. Fez de mim um homem de forte pescoço.
PC
PS.: Não devia ter contado isto pois não?

quinta-feira, novembro 22

zurra e ainda questiona?






















Como é apanágio, mais uma vez reincido no não cumprimento
de uma promessa. Eis FUTEBOL!
A besta parece que me leu. Ter-se-á referido aos meus posts quando perguntou ontem “o BURRO sou eu?”
Talvez queira completar em mim o soco que no outro ficou pela metade.

BURRICES DE ONTEM:
Todos os jogos pressupõem (mesmo a feijões no loto) motivação para vitória;
Programar suficientes empates é medíocre;
Não estudou Pedroto que dizia: sofremos três golos? Marcámos quatro!;
O Maniche estava a funcionar como avançado, ao meio, atrás do Nuno Gomes;
O Raul Meireles substituiu-o para defender;
O Nuno Gomes (fosse quem fosse) ficou a nadar;
O Makukula substituiu-o para atacar;
O Makukula continuou também a nadar;
Natação é noutro recinto;
O Nani está em excelente forma;
O Nani entrou no fim.
INTELIGÊNCIAS DE ONTEM:
Utilizou um muito eficaz novo defesa central português nascido no Brasil.
INTELIGÊNCIAS PARA O FUTURO:
Seleccionar o Jorginho (Braga), o Auri, o Matheus, o Pitbull (V. Setúbal) e o Liedson (Sporting). Todos reúnem as condições para a nacionalização (com o Deco e o Pepe seria um “tuga time maravilha”): nunca foram seleccionáveis pelo país de origem.

A partir de agora é que nunca mais posto futebóis. Prometo. Eu nem percebo nada disso. Só se o Vitória ganhar sábado no Porto...
Bom fim-de-semana.
PC
AOS MUITOS FÃS DO ASNO: podem imprimir e emoldurar a photoshopice acima (basta clicar-lhe que amplia). Criei-a isenta de ©.

quarta-feira, novembro 21

peixe miúdo
















Durão, tarde, reconheceu publicamente ter sido enganado.
A razão para a invasão do Iraque, decidida nas Lajes por estes três chamuscados aqui em cima, revelou-se irrazoável.
Os árabes entenderam (mais cedo que o próprio) que Barroso estava a ser embusteado e não atentaram cá.
Afinal é bom ser-se insignificante "esquilha"(petinga), mesmo que ele, o cherne, ande por aí a apregoar-se peixe graúdo.
PC
A fotografia, antes de curtida, foi roubada do, recomendado, blogue do Zé Simões.

terça-feira, novembro 20

conto imoral















“Estranha em mim” com Jodie Foster. Não gosto desta senhora. Desde o "Taxi Driver" nunca mais gostei. Faltam-lhe físico e química. Mas fui vê-la. Tentei.
Vigilante justiceira por pistola própria nas ruas de NY, vinga a morte
do marido e mata mais alguns, extras, com total conivência do NYPD.
O detective até lhe faculta uma arma ilegal para o último tiro na cabeça do último dos maus para despistar a relação com as balas anteriores. Querem convencer-nos que é ético, justo e seguro.
Será premonitório? Prenunciador de um retrocesso cívico ao “faroeste”, cada um com a sua pistola dependurada no cinto entre o telemóvel e o iPod? Vou ter de pensar duas vezes antes de lá voltar.
PC

segunda-feira, novembro 19

onde comem sete comem oito!

Cada mulher portuguesa tem, em média, 1,3 bebés, uma taxa de natalidade muito baixa, «sintoma de um sociedade doente» que não apoia os progenitores, defende o médico de saúde pública do Hospital de Faro Mariano Ayala.
«A sociedade portuguesa está a ter um comportamento suicida generalizado», considera Mariano Ayala em entrevista à Lusa em vésperas do Dia Universal das Crianças, instituído pelas Nações Unidas em 1954, que se assinala terça-feira.

Nas décadas de 30 a 60 do século passado havia, pelo visto, elevados, para não dizer dispensáveis por exagerados, apoios!
Pais com de três a seis filhos, devem ter sido, também pelo visto, altamente subsidiados! Incentivados com elevados “abonos de família”!
Pior muitos sobreviveram. Melhor, agora, só um vírgula três sobrevive.
Excluindo casos particulares de infertilidade ambigénero, (são quase sempre, felizmente, tratáveis), todos os que nos decidimos (nunca percebi como pode ser uma decisão) hetero, fazemos do pecado original (aquele que os nossos pais cometeram [há quem acredite na alegoria da maçã?] ao fazer-nos e de que nos limpam, lavam e livram húmida e humilhantemente no baptizado) a coisa (do verbo coisar) essencial para a indução da gravidez.
As taxas de disfunção eréctil na Europa do sul são, dizem, tão baixas!...
Questão cultural, mais do que conjuntural.
Antes de proporcionar qualidade de vida ao filho(a), único(a) vírgula três, (com adidas e nikes, barbies e nenucos, playstations e nintendos, cartoonnetworks e disneychannels, explicações e atls...) queremos é dar-nos a nós próprios o bem viver que o “se ele(a) estiver ocupado(a) não me ocupa a mim” nos proporciona.
E por isso estou a programar (em [nova] óbvia concordância) um quarto, filho, e a imaginar como decorá-lo em tons de azul cliché,
ao quarto, se for rapaz (desejo legítimo de quem só fez meninas).
É imperativo que se peque, se curta mais! Por esta saúde da Nação!
PC

sexta-feira, novembro 16

criações copy|paste

Tanto palanfrório (era para escrever verborreia mas procurei uma palavra mais condicente com a solenidade do assunto) intelectual pulula neste universo. Política, sociologia, filosofia, artes, tudo.
Alguns originais.
Mas estão na moda citações. Citações de “best-sellers” ou desconhecidos autores (ainda melhor: o hermetismo apraz e notabiliza). O que “já-se-leu” é excerto para aqui como o que já se leu. Só isso.
Inventa-se quase nada. Diz-se mal. Curte-se pouco.
E como não concordo nada com citações, aqui vai uma: “Mortos ou vivos, não é nada costume português que os nossos escritores sejam tratados por um colega de profissão com ternura, com simpatia, com apreço sinceros. O que geralmente (e falo por mim) lhes sai da boca ou da pena são a ciumeira, o despeito, a má-querença... o meio é tão pequenino!”
Transcrito de “Isto de estar vivo” de Luiz Pacheco. Contraponto. 2000.
Actualizando: (...) não é nada costume português que os nossos “bloguers” sejam tratados por um colega de passatempo com ternura, com simpatia, com apreço sinceros. O que geralmente (e falo por mim) lhes sai do teclado são a ciumeira, o despeito, a má-querença... o meio é planetário!
Malpensemos uns dos outros mesmo com cínicos **, :), :))) e ;).
Bom fim-de-semana. Sinceramente. É que para 2ª feira já se prevê muita chuva.
PC

terça-feira, novembro 13

E.L.P.





















Saboreava, agora, na hora preguiçosa do almoço, cada pormenor de cada página em cada reprodução de ilustração num livro sobre HR Giger, ARh+, editado pela TASHEN, quando ao chegar à página 78 estava esta capa – Brain Salad Surgery.
Com treze anos não imaginava um dia fazer o que faço hoje. O design (mesmo o de comunicação) esperneava para emergir, para se deslocar autónomo, desafogado fora do estiradores dos arquitectos.
Eu não sabia nada disso.
Juntei umas notas e decidi comprar um LP. Um qualquer.
Comprei o exposto. Pela capa. Achei-a linda e ainda a guardo relíquia. Tem um desdobrar emotivo e um poster no interior com cortantes circulares. Que peça!
O CD (os cds) matou-a (mataram-nas) pela escala abaixo.
A música (coitado do meu pai: vinguei-me do Alfredo Marceneiro,
do Fernando Farinha, do Carlos Ramos, do Manuel de Almeida
e dos cantares alentejanos) guardei-a, conservei-a, como a capa,
em embalagem hermética e anti-estática.
“Welcome back my friends...”
PC

segunda-feira, novembro 12

FLAMA* (Frente Libertação Arquipélago Madeira)

Um vizinho aqui dos blogues, disponibilizou, e fez muito bem, o seu próprio:
Se é suposto assinar, onde é que eu assino para se dar a independência à Madeira? É unilateral a declaração de independência? Ainda melhor, poupa-se a tinta da caneta. Vai haver referendo? No Cont’nente? Vou fazer campanha activa pelo Sim. Ai não?! O referendo é só na ilha?! Disponibilizo desde já o blogue e os meus humildes préstimos para que a independência chegue a bom porto.
Raras vezes estou com ele, assim, totalmente de acordo.
E comentei:
Concordo. É aflitiva a generalizada dependência dos madeirenses à ajardinada e florida botânica do Alberto. Há alguns anos estive no Funchal (só lá voltarei, se voltar, estrangeiro com passaporte) como formador de design e outras coisas relacionadas. Estranhei a paixão, a fidelização ao regime revelada pelos formandos, rapazolas de 20 anos, idade romântica, a ideal para a contestação. Logo no 1º dia gozei a figura, escarneci do líder, testei consciências tão jovens e fui avisado. Mesmo os candidatos a artistas que nunca tinham saído da ilha, para meu espanto, defenderam-no, aplaudiram-no. Reduzi a coisa ao essencial. Formei o que tinha para formar e vim-me embora. Contabilizei o que tinha para contabilizar (recebi meses depois com um IVA mais baixo que ainda hoje não entendo) e... (abençoada) Portela!
Madeira, Portugal? Independência ontem!
FLAMA*
PC

sexta-feira, novembro 9

contador

Acrescentei a este espelho narcísico (boas Xavier Rosado Fernandes, não me esqueci de si. Nunca esqueço os amigos. Até lhe trouxe uma lembrança do CCB. Calma, não se apresse, é só um pin-coraçãozinho BERARDO "culture for life", foleiro (decerto já tem um), mas só para
o Natal, está bem?), outro consciente narcisismo: um contador de entradas a começar no zero.
Mas porra!
Sempre que aqui venho, conta. De cada vez que ponho uma novidade,
e pior, de cada vez que leio um comentário novo, conta mais uma!
Está sempre a contar. Quando é o próprio não devia!
Em três dias 136 entradas? Pronto. Assumo. São todas minhas.
Agora, depois desta conversa, passam a 137.
Bom fim-de-semana.
PC

quinta-feira, novembro 8

pormenor [2]





















grafites, acrílico, pastel, aerógrafo, calças Levi's Strauss,
moeda de um dólar americano, boxers Looney Tunes,
coca-cola engarrafada e muita cola branca para madeira.

PC © 20??

pormenor [1]






















de assemblage por acabar há anos.
Técnica muito mista sobre tela (240 x 190 cm): grafites, acrílico, pastel,
aerógrafo, rabo de calças Levi's Strauss, nota de um dólar americano,
bilhete do metro nova-iorquino e muita cola branca para madeira.

PC © 20??

terça-feira, novembro 6

súplica (fetichista)






















De pés postos terá mais efeito?
Boas (aqui) fotografias de polacos.
PC
Obrigado Isabel.

segunda-feira, novembro 5

distopias...











...e outras
considerações irritantes
que tenho lido por aí
a propósito do ranking das escolas


Qual direita e qual esquerda? Qual público, qual privado?
Existem vontades e competências! ou dedicação de quem dá e de quem recebe.
No Liceu fiz toda a escolaridade secundária. Filho de operário contornei, sem saber, a fatalidade predestinada do metal enferrujado
(e a Escola era bem mais perto de casa). Voltei depois como professor das mesmas matérias que "professei" antes na comercial/industrial.
Os paradigmas setubalenses da direita – o primeiro – e esquerda – a segunda, são hoje e sempre foram, na prática, fantasmas, mais tarde fundidos na unificação! As A.E. eram hipérboles, metáforas... figuras de estilo, mais beto, menos frique... assim assim... mais ou menos.
Nunca nenhuma das minhas 3 filhas frequentou o privado. Questão de princípio. A mais velha saiu do Liceu há dois anos, directa, como eu, (melhor porque teve 20 a descritiva no exame nacional, ouvi dizer...) para Belas Artes. Pública! A do meio, também no Liceu agora no 10º, prevejo que não tenha dificuldades em obter média para qualquer coisa à escolha na área pública das ciências. A mais pequenina está no 4º ano, público, e ainda é cedo mas frequentará o Liceu de certeza.
Sempre achei que são os alunos que fazem da Turma um verdadeiro Substantivo Colectivo. E antes da condição de aluno vivem a condição de FILHO. Para isso têm de haver PAIS, património genético, padrões
e valores (não defendo a eugenia, apenas a adaptação/evolução inatas, quais leis darwinianas comuns a todas as espécies). Seja qual for a escola correspondente à morada. Seja qual for o bairro. Seja ou não família funcional!
O sistema?... pleno de falhas desde que me lembro enquanto aluno, professor e encarregado de educação. Quantas bem intencionadas reformas vivemos nós, os quase cinquentões, e sobrevivemos (nós e mais os destacados concidadãos que são referidos em exercícios de sociologia ligth).
Da privada nada digo. Desconheço. Sei que é fomentada por professores que, ou ainda estão e acumulam, ou já passaram pelas escolas dos piores resultados. É outro universo, promíscuo e também ambidestro.
E viva o Liceu de Setúbal (descarga emotiva, puro espírito desporto- -competitivo!) e o seu 23º lugar, 7º das públicas, no ranking sic
ou lá o que é.
PC

bocejo















Só por esta cena não vale a pena.
A qualidade da lingerie (único interesse transversal) não justifica nem o tempo nem o dinheiro.
Na Corrupção da meia-noite adormece-se.
PC