terça-feira, setembro 11

11 setembro






















Não sei como está agora.
Estava assim há dois anos. Um memorial modesto retirado dos escombros. Modéstia frágil. Frágil nação. Medrosa...
Com tanto medo que fui obrigado, ainda na Portela, a mostrar aberta
a mala que guardava à superfície lingerie rendada que à pressa fora arrumada.
Com tanto medo que o meu inocente Zippo escapou por pouco à confiscação.
Com tanto medo que demorámos duas horas para sair do JFK (depois de 7h30m de voo e mais uma hora, antes em Lisboa, sem poder fumar). Dedos indicadores registados mais fotografias para as bases de dados.
A uma tímida reclamação minha, o agente displicente enorme ruivo irlandês (?) no guiché respondeu:
“— Perdeste duas horas? Há quem perca a vida para cá entrar. Vieste porque quiseste.” (Aquele you soou-me a tu, nunca a você).
Contrapondo esta antipatia, enquanto esperávamos a porta na Portela, vimos passar um agente PSP, fardado sem boné, cabelo comprido com rabo de cavalo. Raro. Notável.
Foi quem depois verificou a autenticidade dos passaportes e, atento,
nos desejou “feliz aniversário para ambos, amanhã, em NYC”.
Cordial. Estávamos a 7 de Agosto.
PC

1 comentário:

Sérgio Pontes disse...

É impossivel esquecer o dia em que o mundo mudou...

Um abraço