terça-feira, julho 17

pois...










Por qualquer misteriosa razão que totalmente me escapa, Joe Berardo acha que absolutamente tudo lhe é permitido e como tal se exibe e comporta. (...) o Governo esteve aos pés do “comendador Berardo” e Lisboa esteve provincianamente de boca aberta. Até ao dia em que chegue a conta.
Por isso não pude deixar de sorrir ao ouvir hoje na televisão José Hermano Saraiva evocar o génio, o porte e a generosidade de Ricardo Espírito Santo, na visita guiada que o professor Saraiva nos fez à deslumbrante fundação. Ali à Graça, recheada com preciosidades do coleccionador, doadas a Lisboa, nos anos 50. Outros tempos, outros modos, outros mecenas. Sobretudo, outra seriedade.
Maria João Avilllez, jornalista
Revista SÁBADO, nº 166, 5 a 11 de Julho de 2007

Exorcizemos o fantasma fascista a que esteve umbilicalmente ligado e façamos do Hermano Saraiva um absolut(ista)o histórico-cientista.
É pena que daqui a 50 anos (morrerá entretanto (?)) não o possamos ouvir enaltecer a generosidade do mecenas (haverá então uma escola superior de restauração, não de restauração, Berardo, para que se possam expor recuperadas as peças (quase todas compradas por ele) “60’s & 70’s” do, agora por reinstalar, Museu do Design?) Joe?
Saberá, rigorosamente, esta ilustríssima jornalista, os favores trocados entre governo da altura e o virtuoso, educado e sério mecenas, qual terceira pessoa da santíssima trindade?
Eu não sei.
Adivinho que o Cerejeira terá sido o primeiro a aplaudir tão distinta dádiva. E que conta terá Lisboa pago então?
Num blogue vizinho, alguém anónimo disse, de forma brilhante, que todos os que dizem hoje mal da actuação revisteira do Berardo, amanhã, indiferentes à origem dos euro/rands que compraram as peças, estarão, com ar convenientemente sábio, a fruir e comentar as obras expostas no CCB.
Já o disse algures e volto a dizer: a obra sobreleva-se ao seu autor quanto mais ao seu coleccionador. Com outro bailinho a música (entenda-se colecção) seria rigorosamente a mesma. Desaprovam o folclore que o homem parece dançar tão bem? Compreendo: é feio.
Atropelos gramaticais e outros maus tratos à língua mãe acontecem-nos a todos. O mais ortodoxo dos linguistas achará que o nobel Saramago “calina”.
O Berardo terá apenas um problema de pronúncia.
PC

4 comentários:

Anónimo disse...

paulo,
a senhora tem razão. e o blogue vizinho que referes também. nem é preciso ir muito longe para o provar. gulbenkian. percebes?!
(encontrei-te aqui por acaso. mas vou voltar mais vezes para te "moer" o juízo. até já estás adicionado no meu blogue para me facilitar a operação.)
sou o antigo roadie do d & d. o nome começa por s e acaba em s.
cumprimentos que a gente vai-se vendo por aí !

Anónimo disse...

Benvindo SMS.
Vivam as diferentes opiniões e mesmo as comparações fundamentadas em factos que a memória colectiva faz o favor de ir apagando.
Grande abraço

Anónimo disse...

Esta esquina está a ser muito frequentada...o que acho óptimo.
Modestamente sugeria-te a criação
de um ´Fórum,1 "speakers corner"
1 abraço

José Teófilo Duarte disse...

O Berardo está a dar uma entrevista a Mário Crespo, na SIC-N. O disparate está ao rubro. Será que ainda achas que é uma questão de pronúncia?
É que, na minha opinião, até o disparate tem limites. E a Arte não justifica tudo. Muito menos a ignorância torpe.