d'Água morna com algum chá

encontrei-a aqui por acaso e gostei. Lembrei a apressada figura integralmente alva, das botas à mini-saia-mini, das pernas sem sol ao chapéu (também a lingerie? — indagámo-nos) que silenciou num ápice e encantou o olhar, mudo, e o congelou a todos quantos estávamos no hall do hospital de Alcoitão a aguardar a vez de chouriço na charcutaria “Natal dos Hospitais” de 1983.
Só a tranca, a pernaça, era globalmente apreciada e cobiçada: a voz era imatura, o estilo circunstancial.
Património supra-moda, tal pernão, engasgou o convívio dos neo-
-punk-burgueses Xutos, dos híbrido-fachos Heróis, do eunuco tele-cardeal Júlio, o Isidro e demais.
A voz da Lena mais vestida (*) continua hoje verde apesar da idade neste trabalho hot, e club e tudo, mas a roupagem mudou.
Aprecio estes estilistas da harmonia que com acordes sus4, 9ª-s, 7dims e alguns 11ªs e 13ªs embrulharam jazzinteligentemente e com laço uma orelhuda cagada melódica. É exercício cerebral mas é bom. Jobins e Joões Gilbertos e os depois fizeram-no a cantigas bitonalmente (o básico solidó) acompanháveis.
Ficaram mais ricas e, em consequência, melhor audíveis. Por exemplo.
PC
(*) em 79 posava assim