segunda-feira, maio 14

batidas metálicas*


Não sei se gostei.
Aquela mecanização sonora desalmada seria facilmente executada por qualquer andróide japonês com um ganho claro de não fífias. Adivinhava-se balanço que não existiu. Adivinhava-se comunicação mas as estantes com as partituras velaram-na. E não se queriam tantos vocais. Certo que são cantáveis cantigas com palavras do Zeca mas a base harmónica não ajuda. São instrumentos com escalas reduzidas e tessituras limitadas. Impróprios. Sem “sustain”. Para conseguir uma nota mais longa há que bater martelinhos, chinesice, de difícil sincronismo. E os compassos compostos, pulsares contra-natura, para fugir à quadratura, deviam ter corrido melhor a percussionistas com formação. Saí ainda faltavam duas.
*Steel Drumming Toca Zeca Afonso, Cine-Teatro S. João, Palmela, 12 de Maio
PC

3 comentários:

Chapa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Chapa disse...

Tadinhos dos moços! Eles até são bem intencionados, mas aqueles instrumentos são um bocadinho rústicos, para ouvidos "alimentados" a Pat Metheny.
Devias ter pena deles, por terem que tocar num bidon de óleo, instrumento que nas terras caramelas serve para assar entremeada.

Chapa disse...

ó Paulo, sabes que também vou sofrendo influências da cultura caramela. Aquela visão do bidon em palco, deve actuar directamente sobre o meu cérebro e, automaticamente começo a ver entremeadas. Ainda por cima os gajos aparecem a tocar música de garrafinha de cerveja, acompanhados pelo meio bidon. Tens que reconhecer que são demasiados ícones da cultura popular caramela. Se quiseres perceber melhor esta conjuntura cultural, visita um blogue a partir do meu. Basta clicares em site de culto.