segunda-feira, outubro 8

emes
















Aplauda-se a honestidade de quem está a dar de si o seu melhor.
Música experimental é difícil. Honesta mas difícil.
Entrámos atrasados no último dia a tempo de ouvir os derradeiros sons de Mosaique e as últimas imagens de Laetitia.
Entrou depois do copinho de moscatel o projecto Biosphere unipessoal do norueguês Geir Jenssen (na foto).
É difícil para quem é ignorante. E é isso que me sinto. Ignoro o vocabulário. Ignoro os sinais. Não entendo nem interiorizo a maioria dos códigos mas há anos que tento. É um problema meu.
Por uma ou outra vez bati o pé tímido. Aconteceram alguns pulsares com sentido e pausas e acidentes no meio de superfícies planas e escorregadias.
A abstracção musical pura actua no ouvinte e permite a construção interior de universos, entre outros, visuais.
Estes compositores ao vivo trazem-nos uma ajuda. Projectam-nos devaneios cinéticos coloridos em osmose com o que se ouve.
Há alguns anos assisti, também integrado nos eme, à performance do italiano Paolo Angeli com uma guitarra da Sardenha transformada em experimentalismo puro. Sem projecções. Havia instrumento (preconceito elementar?).
Aplaudi então o virtuoso e o ecletismo de dezenas de cordas em simultâneo.
Aplaudi no sábado a iniciativa para que nós surdos insistamos.
Pode ser que aprendamos um dia.
PC

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